Prefeitura rompe com empreiteira que atrasou obras no Belas Artes
Orkan foi notificada três vezes para seguir cronograma que previa conclusão em dezembro, mas seguiu atrasando
A prefeitura de Campo Grande está rescindindo o contrato com a empresa Orkan Construtora, responsável pela conclusão do Centro Municipal de Belas Artes, no bairro Cabreúva. A empreiteira, sedidada em Sidrolândia, atrasou o cronograma, que previa a conclusão do serviço em dezembro deste ano.
“Tentaram se justificar, mas acreditamos que ela [Orkan] não tem condições de recuperar esse atraso”, disse ao Campo Grande News o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese. A Orkan alegou aumento no custo dos materiais de construção, justificativa que não convenceu o município.
Agora, a prefeitura vai convidar a segunda colocada na licitação realizada no ano passado. Fiorese não soube informar qual seria a empresa.
Além da Orkan, seis empreiteiras foram classificadas no certame: Predial Construções, Campana & Gomes Engenharia, Meta Construtora, Estrutural Construtora, Santa Engenharia e Indústria e Karru Engenharia e Construção.
Antes do rompimento, a prefeitura notificou por três vezes a Orkan. Como o Campo Grande News revelou na semana passada, o atraso da obra foi denunciado pelo vereador Ronilço Cruz de Oliveira, o Ronilço Guerreiro (Podemos), que é presidente da Comissão de Cultura da Câmara.
Na ocasião, a reportagem procurou a empresa. Por telefone, o responsável pela Orkan atendeu a ligação, mas encerrou o contato após ser informado sobre o motivo. Uma mensagem foi enviada, que também não foi respondida.
Contrato – A licitação de 2021 resultou em contrato de R$ 4 milhões assinado no início do ano. No documento, a empresa deveria executar a desobstrução da canalização de água e esgoto e intervenções no subsolo onde, em princípio, poderá funcionar o Arquivo Histórico Municipal, com espaço para o acervo do arquivo municipal e biblioteca.
O projeto ainda previa adequações no primeiro andar para que o espaço possa abrigar a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), com salas de dança, duas salas de multiuso, com até 650 lugares, e auditório com 124 lugares. O montante seria destinado à intervenção de 28% de toda a área da estrutura, que tem 16 mil metros quadrados.
Histórico – A obra, que originalmente abrigaria o novo terminal rodoviário da Capital, foi iniciada em 1991, mas foi paralisada três anos depois. Em 2006, o governo do Estado repassou o prédio para a prefeitura.
Para essa nova fase o projeto seria executado por partes - a primeira foi em 2008, a partir de contrato de mais de R$ 6 milhões com a Mark Engenharia.
Em 2013, com 80% executado, a empreiteira não concluiu por conta de atraso nos pagamentos das medições realizadas e o município paralisou a obra. A empresa recorreu ao Poder Judiciário para que os pagamentos fossem feitos.
Em 2017, a prefeitura assinou termo com o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) para retomar a obra. Nova licitação foi lançada em 2019 e em 2020, a empresa foi contratada.
Em maio daquele ano, a Justiça suspendeu a obra ao descobrir que o município ainda devia à empresa que começou a execução. Então, a empresa licitada desistiu do contrato em função de defasagem dos valores dos materiais, que ficaram mais caros. Após meses de indefinição, uma nova licitação foi lançada em outubro de 2021, resultando na classificação da Orkan, que assumiu o projeto em fevereiro deste ano.