Ex-presidente da Câmara preso por corrupção é levado para penitenciária
Acusado de chefiar organização criminosa, Idenor Machado está preso há seis dias após ter liberdade revogada pelo TJMS
Preso pela terceira vez menos de dois meses, o vereador Idenor Machado (PSDB), foi levado na tarde desta segunda-feira (4) para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Ele é um dos denunciados na Operação Cifra Negra, que investiga esquema de corrupção envolvendo licitações fraudulentas na Câmara da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
Desde terça-feira da semana passada, Idenor estava em uma cela improvisada na 1ª Delegacia de Polícia Civil e hoje foi levado para o presídio, após autorização judicial.
Presidente da Câmara de 2011 a 2016 e no terceiro mandato consecutivo, Idenor é acusado de comandar o esquema envolvendo o pagamento de propina a vereadores e servidores do Legislativo, feito por empresas de tecnologia da informação terceirizadas pela Câmara.
Idenor se apresentou no dia 30 de janeiro na delegacia, um dia após o Tribunal de Justiça de MS revogar a liberdade durante julgamento em plenário do pedido de habeas corpus impetrado pela defesa.
A decisão do plenário do TJ derrubou a liminar do desembargador Paschoal Carmello Leandro, que garantiu a liberdade a Idenor Machado em dezembro de 2018.
O vereador chegou a ser preso no dia 18 de janeiro por determinação do juiz substituto da 1ª Vara Criminal de Dourados Alessandro Leite Pereira e passou o fim de semana em uma cela na 1ª Delegacia de Polícia Civil, após ser acusado pelo Ministério Público de descumprir medidas cautelares estabelecidas para o relaxamento da prisão preventiva ao visitar a Câmara de Vereadores.
Entretanto, três dias depois, Paschoal Carmello Leandro acatou os argumentos da defesa do vereador tucano de que não havia nas medidas cautelares a proibição de ir à Câmara.
O desembargador viu “usurpação de competência” do juiz douradense por decretar a prisão. No julgamento do habeas corpus em plenário, no entanto, o TJ restabeleceu a prisão.
Soltos - Dos 11 acusados na Operação Cifra Negra, Idenor é o único preso. O TJ manteve o habeas corpus dos vereadores Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB).
Também vão continuar em liberdade o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), os empresários Denis da Maia, Jaison Coutinho, Karina Alves de Almeida e Franciele Aparecida Vasul e o ex-servidor da Câmara Alexandro de Oliveira de Souza. Todos tinham sido soltos menos de duas semanas após a prisão, em dezembro.
O TJ concedeu liberdade na semana passada ao ex-servidor Amilton Salina, o único dos dez presos no dia 5 de dezembro que permaneceu atrás das grades todo esse tempo. Ele tinha condenação anterior por outro escândalo de corrupção, a Máfia dos Consignados, em 2011.
Os dez mais uma funcionária de Denis da Maia – Patrícia Guirandelli Albuquerque – foram indiciados na Polícia Civil por fraude em licitação, corrupção ativa, peculato, corrupção passiva e organização criminosa.
Os investigados são acusados de fraudar procedimentos licitatórios, impossibilitando a concorrência, uma vez que todas as empresas concorrentes no certame seriam de propriedade de Denis da Maia, o qual, segundo as investigações, efetuava pagamentos mensais de propina a vereadores e servidores da Câmara de Dourados para manter o esquema.