Vereadores e empresários pagam R$ 5 mil de fiança e estão em liberdade
Três vereadores, dois empresários e um ex-vereador foram soltos nesta noite; só ex-servidor da Câmara continua preso
Seis presos no dia 5 deste mês na Operação Cifra Negra em Dourados – cidade a 233 quilômetros de Campo Grande deixaram a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) no início da noite desta segunda-feira (17).
Eles foram beneficiados por uma liminar do desembargador Paschoal Carmello Leandro, presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), em pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados de defesa.
O vereador Idenor Machado (PSDB), que presidiu a Câmara por seis anos, e o ex-vereador Dirceu Longhi (PT) foram os primeiros a ganhar liberdade, conforme o advogado deles, Felipe Azuma. Os vereadores Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB) saíram em seguida, segundo o advogado de defesa Noemir Felipetto.
Também saíram os empresários campo-grandenses Denis da Maia e Jaison Coutinho. As empresárias Karina Alves de Almeida e Franciele Aparecida Vasum, que estavam em prisão domiciliar, também foram beneficiadas pela liminar. O habeas corpus deve ser julgado em definitivo entre janeiro e fevereiro de 2019.
Os seis deixaram a prisão depois de pagarem, cada um, R$ 5 mil de fiança. Outras condições foram impostas pelo desembargador para a libertação. Os acusados terão de comparecer periodicamente no tribunal.
Também estão proibidos de manter contato com os outros investigados e precisam ficar em casa durante a noite e nos “dias de folga”.
Paschoal determinou ainda a suspensão do exercício da função pública até o fim da investigação, o que em tese não terá efeito prático, uma vez que o inquérito policial foi concluído e relatado na sexta-feira (14). Na liminar, Paschoal afirmou que o descumprimento das medidas cautelares ocasiona o retorno dos acusados à prisão.
Outros presos – O ex-funcionário da Câmara Alexandro de Oliveira de Souza foi solto na sexta-feira (14). Ele teria assinado um acordo de delação premiada para revelar o esquema de corrupção montado no Legislativo da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
O único que ainda é mantido preso é o ex-servidor da Câmara Amilton Salina. O Campo Grande News apurou que o advogado de Salina adotou outra estratégia e entrou com pedido de revogação da prisão do cliente diretamente ao juiz de 1ª instância.
Os dez presos na operação e uma funcionária de Denis da Maia - Patrícia Guirandelli Albuquerque – foram indiciados por fraude em licitação, corrupção ativa, peculato, corrupção passiva e organização criminosa. Idenor, Pepa e Cirilo Ramão são acusados de chefiar o esquema na Câmara de Dourados.
Matéria editada às 21h50 para correção de informações***