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Interior

Ex-presidente da Câmara se apresenta e fica preso em delegacia

Idenor Machado se apresentou nesta manhã na 1ª Delegacia de Polícia em Dourados após TJ derrubar liminar de dezembro

Helio de Freitas, de Dourados | 30/01/2019 09:03
Idenor é acusado de comandar esquema que beneficiava empresas de tecnologia na Câmara (Foto: Divulgação)
Idenor é acusado de comandar esquema que beneficiava empresas de tecnologia na Câmara (Foto: Divulgação)

O vereador Idenor Machado (PSDB) está preso novamente em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Presidente da Câmara de 2011 a 2016 e no terceiro mandato consecutivo, Idenor é acusado de comandar o esquema de corrupção desvendado na Operação Cifra Negra, desencadeada em dezembro pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Ele se apresentou nesta manhã na 1ª Delegacia de Polícia Civil um dia após o TJ (Tribunal de Justiça de MS) revogar a liberdade durante julgamento em plenário do pedido de habeas corpus impetrado pela defesa. É a terceira vez que o tucano é preso em menos de dois meses.

Ao Campo Grande News, o advogado de Idenor, Felipe Cazuo Azuma, disse hoje (30) que ainda ontem já havia informado à polícia que o vereador se apresentaria espontaneamente nesta quarta-feira.

Segundo ele, a defesa aguarda a publicação do acórdão para decidir se entra com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou com embargos de declaração na própria Corte estadual.

A decisão do plenário do TJ derrubou a liminar do desembargador Paschoal Carmello Leandro, que garantiu a liberdade a Idenor Machado em dezembro.

Visitou a Câmara – Acusado de chefiar um esquema de corrupção no Legislativo douradense desvendo na Operação Cifra Negra, ele chegou a ser preso no dia 18 deste mês por determinação do juiz substituto da 1ª Vara Criminal de Dourados Alessandro Leite Pereira e passou o fim de semana em uma cela na 1ª Delegacia de Polícia Civil.

Idenor foi acusado pelo Ministério Público de descumprir medidas cautelares estabelecidas para o relaxamento da prisão preventiva por visitar a Câmara de Vereadores.

Entretanto, três dias depois, Paschoal Carmello Leandro acatou os argumentos da defesa do vereador tucano de que não havia nas medidas cautelares a proibição de ir à Câmara. O desembargador viu “usurpação de competência” do juiz douradense por decretar a prisão.

Soltos - Dos 11 acusados na Operação Cifra Negra, Idenor agora é o único que vai ficar preso, pois o TJ manteve o habeas corpus dos também vereadores Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB).

Também vão continuar em liberdade o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), os empresários Denis da Maia, Jaison Coutinho, Karina Alves de Almeida e Franciele Aparecida Vasul e o ex-servidor da Câmara Alexandro de Oliveira de Souza. Todos tinham sido soltos menos de duas semanas após a prisão, em dezembro.

O TJ ainda concedeu liberdade ao ex-servidor Amilton Salina, o único dos dez presos no dia 5 de dezembro que permaneceu atrás das grades todo esse tempo. Ele tinha condenação anterior por outro escândalo de corrupção, a Máfia dos Consignados, em 2011.

Os dez mais uma funcionária de Denis da Maia – Patrícia Guirandelli Albuquerque – foram indiciados na Polícia Civil por fraude em licitação, corrupção ativa, peculato, corrupção passiva e organização criminosa.

Os investigados são acusados de fraudar procedimentos licitatórios, impossibilitando a concorrência, uma vez que todas as empresas concorrentes no certame seriam de propriedade de Denis da Maia, o qual, segundo as investigações, efetuava pagamentos mensais de propina a vereadores e servidores da Câmara de Dourados para manter o esquema.

Quatro empresas foram contratadas pela Câmara de Dourados nos últimos oito anos para prestar serviços de TI (tecnologia da informação). KMD, Quality, Jaison Coutinho ME e Vasum receberam quase R$ 4 milhões por serviços prestados à Câmara de Dourados de 2010 até dezembro de 2018.

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