Ministério confirma extradição direta de Battisti da Bolívia para Itália
Havia possibilidade do italiano passar pelo Brasil, mas informação foi descartada pelo Ministro do Interior da Itália
Depois de muita especulação sobre a extradição do italiano Cesare Battisti, autoridades da Itália e da Bolívia confirmaram que o voo seguirá direto de Santa Cruz de La Sierra para Roma. Havia uma possibilidade de parada em território brasileiro, mas foi oficialmente descartada.
O plano de resgate e transporte de Battisti é coordenado pelo serviço secreto da Itália, Aise. A partida está programada para hoje. Romero disse que a entrega de Battisti foi coordenada entre o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia e as autoridades italianas, por meio da embaixada em La Paz.
Battisti foi preso em público após os agentes verificarem que ele não tinha documentos legais para entrada na Bolívia. Como Battisti chegou ao país ilegalmente, não há registros sobre a data ou o local exato de ingresso.
Segundo informações da Agência Brasil, o ministro do interior da Bolívia, Carlos Romero, afirmou que Battisti será expulso por ingresso ilegal no país. Agentes bolivianos da Interpol o entregarão para os agentes da Itália no aeroporto de Viru Viru.
No Twitter, o ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, informou que Battisti chegará amanhã, por volta das 12h30, no Aeroporto de Ciampino, localizado a 15 quilômetros de Roma.
Depois da prisão de Cesare Battisti, em Santa Cruz, houve informação que o Ministro da Justiça, Sérgio Moro queria trazê-lo ao Brasil e, posteriormente, fazer a entrega às autoridades italianas. Um avião da Polícia Federal chegou a ser deslocado para Santa Cruz e fez parada estratégica em Corumbá, de onde seguiu para Santa Cruz, mas não será utilizado.
Battisti estava foragido desde dia 13 de dezembro, depois de ordem de prisão do STF (Supremo Tribunal Federal). No dia 14, o então presidente da República, Michel Temer, assinou decreto de extradição do italiano.
Battisti é ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, durante os “anos de chumbo” na Itália, marcada por atentados de organizações de direita e esquerda. Cesare chegou em 2004 ao Brasil, onde ficou preso três anos depois. Ele deixou a Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.