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Há um ano, grande esperança contra tragédia da covid chegou a Mato Grosso do Sul

Lucia Morel | 18/01/2022 06:53
Criança sendo vacinada contra covid em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Criança sendo vacinada contra covid em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Mato Grosso do Sul chega hoje ao primeiro ano de aplicação de vacinas contra a covid-19 e pouco mais de 2,067 milhões de habitantes imunizados com a segunda dose. De lá para cá, houve muita mobilização, mas também comemoração e alegria pela oportunidade de começar a vencer a doença que já matou pouco mais de 9,7 mil sul-mato-grossenses.

A festa com a chegada dos imunizantes em 18 de janeiro do ano passado se misturou, nas semanas seguintes, com as denúncias de pessoas que teriam furado a fila da vacinação e recebido doses antes de idosos e profissionais de saúde, que era o público prioritário.

A idosa Domingas da Silva, de 92 anos, moradora da Aldeia Tereré, em Sidrolândia, foi a primeira pessoa a receber a vacina no braço no Estado. No mesmo dia 18, assim que a carga de vacinas chegou ao Aeroporto de Campo Grande, saiu rumo do Hospital Regional, onde a indígena e mais duas pessoas contempladas, na época, receberam as primeiras doses.

Domingas da Silva, de 92 anos foi a primeira pessoa em MS a receber dose do imunizante. (Foto: Marcos Maluf)
Domingas da Silva, de 92 anos foi a primeira pessoa em MS a receber dose do imunizante. (Foto: Marcos Maluf)

Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, o período foi de aprendizado e de muitos desafios. Mas vai além disso, enfatizando que o início da vacinação foi um marco que dava esperança para mudar a “cara da tragédia” que a covid-19 representava até então.

“Avançamos na imunização por meses seguidos, superamos o momento inicial de falta de doses que o governo não comprou a tempo, lideramos por muitos meses o primeiro lugar no número de vacinados e fomos o primeiro Estado do Brasil a atingir a imunidade coletiva”, avaliou.

Em relação aos que rejeitam a vacina contra a covid e se negam a tomá-la, Resende afirma que nesses primeiros 12 meses, o governo e a SES (Secretaria de Estado de Saúde) enfrentaram “todas as incompreensões, negativismos e politização”, conseguindo alcançar 88% da população imunizada com duas doses.

(Fonte: Mais Saúde/SES)
(Fonte: Mais Saúde/SES)

Entretanto, há mais desafios, tanto em relação aos que não tomaram nenhuma dose quanto aos que precisam tomar as doses de reforço, mas ainda não o fizeram.

É um descompromisso com a própria vida e com a de seus familiares. Parece que as pessoas perderam a capacidade cognitiva de entender que sua saúde implica também na saúde do coletivo, de quem está no entorno”. Ele lembra também que a vacinação de crianças precisa avançar e é outro desafio.

Impacto – O médico infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), reforça que a vacina foi e ainda é a “grande esperança” contra a covid, apesar de quem nega sua eficácia ou necessidade. Para ele, apesar dos avanços, é preciso avançar mais.

“Há três meses, estamos meio estacionados na vacinação. Agora, com a vacinação de crianças, esperamos um público maior. Precisamos de mais cobertura para maior proteção”, sustenta, lembrando que ainda existe parcela da população que não quer se vacinar, mesmo com “estudos (Suíça) que mostraram que as duas doses protegem 9x contra casos graves, mas o reforço, 48x. É absurdo”.

Por fim, ele defende mais uma vez o passaporte vacinal, principalmente, para eventos grandes ou em espaços fechados, e afirma que o Estado, Mato Grosso do Sul, precisa criar estratégias para lidar com essa estagnação e incentivar as pessoas a se vacinarem. “Precisamos preservar nossos leitos para outras doenças. Precisamos avançar para estarmos mais seguros”, afirmou.

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