Polícia pede inquérito para investigar conduta de delegados e investigadores
Polícia Civil pediu formalmente ao Poder Judiciário compartilhamento de provas para apurar conduta de servidores
A Corregedoria da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul solicitou formalmente ao Poder Judiciário o compartilhamento de provas para abertura de apuração administrativa e criminal para “eventuais participações ilícitas” de policiais nas ações investigadas na Operação Omertà.
A nota sobre a abertura do procedimento foi enviada após questionamento da reportagem do Campo Grande News sobre interceptações telefônicas em que delegados são citados por investigados. Há trechos que falam da influência da família Name com delegados do primeiro escalão. Jamil Name e Jamil Name Filho são investigados, suspeitos de liderar grupo de milicianos.
Em nota, a Polícia Civil informa que a investigação realizada pelo Gaeco conta com total apoio da entidade, sendo baseada em provas obtidas, entre outras, por inquéritos policiais que tramitam no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros).
Sobre a conduta dos policiais, a assessoria esclarece que já foi pedida, formalmente, o compartilhamento de provas obtidas, “as quais possam fornecer subsídios para instauração de respectiva apuração administrativa e criminal por parte da Corregedoria Geral da Polícia Civil de eventuais participações ilícitas de servidores desta Instituição”.
A assessoria informou que não irá comentar a conduta dos policiais citados por investigados no inquérito, pois inquérito corre em segredo de Justiça.
“A Polícia Civil reforça que não coaduna com qualquer conduta ilícita e está investigando todas as informações colhidas, dando segmento a procedimentos administrativos para apurar participação ilícita envolvendo policiais civis”.
Relações – no inquérito da Operação Omertà constam citações sobre as relações da família Name com delegados da Polícia Civil. Um deles, prestava serviços regulares, relação que poderia ter sido prejudicada por conta de trote do policial civil Marcio Cavalcanti, preso no dia 27 de setembro, acusado de integrar o núcleo de apoio do grupo.
Em outro trecho, Jamil Name Filho, o Jamilzinho, foi recepcionado por policiais do 1ºDP (Distrito Policial) de Ponta Porã, escolta digna de presidente dos Estados Unidos.