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Jurados ouvem 4 depoimentos no 1º dia do júri de réus pela morte de Playboy

Ausência da família da vítima, dispensa de testemunhas, choro e bate-boca com delegada marcaram segunda-feira

Por Anahi Zurutuza e Dayene Paz | 16/09/2024 19:15
De camisa rosa, Marcelo Rios conversa com advogado enquanto Jamil Name Filho, que acompanha por videoconferência, tem imagem projetada em telão (Foto: Henrique Kawaminami)
De camisa rosa, Marcelo Rios conversa com advogado enquanto Jamil Name Filho, que acompanha por videoconferência, tem imagem projetada em telão (Foto: Henrique Kawaminami)

Por oito horas, cotando com as pausas para idas ao banheiro e almoço, jurados ouviram quatro depoimentos no primeiro dia do julgamento dos quatro réus pela morte de Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”. A ausência da família da vítima, a dispensa de quatro testemunhas – duas da acusação e duas da defesa de Jamil Name Filho – e discussão entre depoente e advogado, além do choro de delegado mancaram a segunda-feira (16) no plenário do Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande.

Para o promotor Douglas Oldegardo, do time da acusação, apesar de não terem sido ouvidas todas as pessoas convocadas, foi um dia produtivo. “Houve a colheita de depoimentos muito férteis, muito robustos. As autoridades policiais tiveram um tempo muito vasto para expor tudo aquilo que sabiam, tudo aquilo que vivenciaram durante a investigação. E com isso expor os jurados todo o conteúdo da prova da sua forma mais íntima. Isso é muito importante”.

Já o advogado Pedro Paulo Sperb Wanderley, da defesa de Jamilzinho, afirma que as testemunhas de defesa foram dispensadas para não cansar os jurados. “É uma estratégia defensiva. Essas testemunhas já haviam sido ouvidas em juízo e nós utilizaremos os trechos dos depoimentos”.

Cadeiras vazias na plateia do Tribunal do Júri da Capital (Foto: Paulo Francis)
Cadeiras vazias na plateia do Tribunal do Júri da Capital (Foto: Paulo Francis)

Apesar dos dois plenários do Tribunal do Júri estarem reservados, um deles contendo um telão para os interessados em acompanhar o julgamento com esperado grande clamor popular, não houve disputa por lugar. Das cerca de 160 cadeiras na plateia do salão principal, somente 30 estavam ocupadas. A ausência de familiares da vítima e dos acusados também chamou a atenção.

Durante longo depoimento, que levou cerca de 3 horas, o delegado Tiago Macedo dos Santos, parte da força-tarefa que desencadeou a Operação Omertà, chorou ao lembrar do bilhete que entregava plano de execução de colegas, defensor e promotor de Justiça, sob as ordens do grupo de milícia comandada por Jamil Name e Jamil Name Filho, segundo a investigação. “Desculpe a emoção, isso significou muito para minha família, para os nossos amigos. Tivemos de ficar firmes até agora, mas as lágrimas vieram”.

Delegado  Tiago Macedo dos Santos seca as lágrimas após relembrar ameaças sofridas por colegas e tensão da força-tarefa (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegado Tiago Macedo dos Santos seca as lágrimas após relembrar ameaças sofridas por colegas e tensão da força-tarefa (Foto: Henrique Kawaminami)

Também foi Macedo que advogado Jail Azambuja, representante do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, bateu boca. A expressão “tergiversou” foi causa de exigência de pedido de desculpas por parte da testemunha e discussão, até que a defesa reformulou pergunta, que foi respondida pelo policial.

Nesta terça-feira, o segundo dia de interrogatórios, devem ser ouvidas testemunhas de defesa.

Uma única mulher e seis homens foram os escolhidos para compor o conselho de sentença, representantes do povo que ouvem depoimentos e analisam provas durante um júri popular. Os sete decidirão o futuro de Jamil Name Filho, acusado de mandar matar Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, e dos ex-guardas civis, Marcelo Rios e Rafael Antunes, além do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, que respondem por dar suporte ao plano de execução.

Marcel, de 31 anos, foi executado à queima-roupa em um bar da Avenida Fernando Corrêa da Costa, Vila Rosa Pires, em Campo Grande, na madrugada de 18 de outubro de 2018. Um amigo dele ficou ferido.

A história remonta a 2016, quando houve desentendimento entre Jamil Name Filho e vítima em uma boate da Capital, segundo o acusando de ser o mandante do crime, por causa de balde de gelo.

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