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Capital

PM diz que testemunhas se chocavam com serial killer: "parecia pessoa boa"

Policial presta depoimento no júri de Cleber de Souza Carvalho, acusado de matar amigo a pauladas

Silvia Frias e Dayene Paz | 01/02/2022 09:45
Cléber de Souza Carvalho (branco) chega ao plenário da 2ª Vara do Tribunal. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cléber de Souza Carvalho (branco) chega ao plenário da 2ª Vara do Tribunal. (Foto: Henrique Kawaminami)

O policial militar Flávio Andrade da Silva lembrou o dia em que o corpo de Roberto Geraldo Claviano foi encontrado em cova de pouco mais de um metro e meio, no Bairro Santo Amaro. O crânio estava na parte mais funda e uma joia encontrada próximo ajudou na identificação.

Claviano, assassinado pelo pedreiro Cléber de Souza Carvalho, foi a segunda vítima a ser localizada, conforme relatou o policial em depoimento prestado esta manhã, no julgamento do homem que confessou sete assassinatos, em caso desvendado em maio de 2020, que mostrou a ação do serial killer.

“Cléber nos disse que ele e o Cenoura [apelido da vítima] haviam tomado posse dos lotes e entraram em desacordo, então ele confessou que o matou”, disse o PM.

Cléber, já preso, indicou onde enterrava os corpos das vítimas. (Foto: Arquivo)
Cléber, já preso, indicou onde enterrava os corpos das vítimas. (Foto: Arquivo)

Segundo relato do militar, o pedreiro e Cenoura eram parceiros na invasão e haviam decidido tomar posse de lote da prefeitura. “Ele falou que limpou o primeiro terreno e, no segundo, disse que daria um tempo pra se alimentar; foi quando ele bateu com cabo da picareta na cabeça da vítima; depois, jogou num buraco que já estava pronto”.

O militar disse que, sem a ajuda dele, seria difícil encontrar os corpos, mas também que a colaboração aconteceu depois da prisão e da descoberta da primeira vítima. “Não tinha muito o que fazer, tinha que colaborar”.

Durante o depoimento, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, pediu para mostrar as fotos do local onde o corpo foi localizado. O pedreiro se virava e olhava para o telão, de forma tranquila, sem demonstrar emoção mais evidente.

A promotoria perguntou ao policial sobre o pedreiro. O militar contou que todas as testemunhas disseram que Cléber parecia "acima de qualquer suspeita, trabalhador, pai de família, um excelente profissional". E completou: “Uma pessoa serena, se o senhor não conhecer ele, parecia até que é uma pessoa boa”.

Cenoura havia desaparecido no 23 de junho de 2018 e o corpo foi encontrado somente no dia 15 de maio de 2020, em uma cova às margens da Avenida José Barbosa Rodrigues, no Bairro Santo Amaro.

O pedreiro é o 1º réu a ser levado a julgamento este ano em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
O pedreiro é o 1º réu a ser levado a julgamento este ano em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)


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