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Interior

MP denuncia 3 vereadores e outras 11 pessoas na Operação Cifra Negra

Políticos, servidores e empresários são acusados de montar esquema criminoso para desviar dinheiro da Câmara de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 13/02/2019 11:59
Idenor Machado (à direita), no dia em que foi preso, em 5 de abril, chegando à sede do MP (Foto: Adilson Domingos)
Idenor Machado (à direita), no dia em que foi preso, em 5 de abril, chegando à sede do MP (Foto: Adilson Domingos)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou 14 pessoas acusadas de envolvimento no esquema de corrupção montado na Câmara de Vereadores e desvendado pela Operação Cifra Negra no dia 5 de dezembro do ano passado em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Entre os denunciados estão os vereadores afastados Idenor Machado (PSDB), Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB). As informações são do Dourados News. O caso está em segredo de justiça, mas o site douradense teve acesso à denúncia, protocolada pelo MP no dia 7 deste mês.

A operação investiga desvio de dinheiro destinado ao pagamento de empresas terceirizadas contratadas para fornecer serviço de tecnologia da informação ao Legislativo douradense. As quatro empresas envolvidas embolsaram quase R$ 5 milhões em quatro anos.

De acordo com a denúncia, o esquema consista na contratação das empresas através de processos de licitação fraudulentos a preços superfaturados. Em contrapartida, as empresas pagavam propina mensal a vereadores e servidores.

Além dos três vereadores – Idenor e Cirilo voltaram a ser presos recentemente – foram denunciados o ex-vereador Dirceu Longhi (PT) e os ex-servidores da Câmara Amilton Salinas e Alexsandro Oliveira de Souza.

Também foram denunciados os empresários Denis da Maia e Patrícia Guirandelli Albuquerque, da empresa Quality Sistemas, a sócia-proprietária da Plenus Consultoria e Planejamento Karina Alves de Almeida, os proprietários da empresa Digital Informática Jaison Coutinho e Franciele Aparecida Vasum, Uglayber Fernandes Farias da Lxtec Informática, Alexandre Zamboni da Alexandre Zamboni ME e Cleiton Gomes Teodoro, da MS Planejamento Contábil a Município.

A denúncia afirma que o esquema teve início em 2010 e só parou no final de 2018, quando a operação foi deflagrada. O MP identificou oito fraudes em processos licitatórios que beneficiaram as empresas do esquema.

Na sede de uma das empresas em Campo Grande os investigadores encontraram uma lista com nomes de servidores vinculados a contas bancárias nas quais a propina era depositada. Os 14 envolvidos são acusados de fraude em licitações e organização criminosa.

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