Paraguai discute perdão a traficante brasileiro para acelerar extradição
Senador paraguaio admitiu que extradição para o Brasil pode ser uma saída para acabar com poder de Jarvis Pavão no país vizinho; brasileiro tem duas condenações no Brasil
Para se livrar do narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão e da guerra que ele declarou para assumir o controle do crime organizado na fronteira, o Paraguai pensa até em perdoar os crimes do brasileiro naquele país e dessa forma acelerar sua extradição para o Brasil. A possibilidade foi admitida pelo senador paraguaio Eduardo Petta.
Preso desde 2010 em Assunção acusado de lavagem de dinheiro e tráfico, Jarvis Pavão foi condenado a oito anos de prisão e atualmente cumpre pena no quartel de um grupo especializado da Polícia Nacional após o governo paraguaio descobrir que ele vivia no luxo na penitenciária de Tacumbú.
No Brasil, Pavão está condenado a 17 anos de prisão por tráfico internacional de drogas em Santa Catarina, onde se instalou depois que deixou Ponta Porã, na década de 90, e de onde fugiu para se refugiar no Paraguai.
Desde o ano passado, a Justiça brasileira tenta extraditar Pavão para que ele cumpra sua pena no Brasil. O processo está em andamento na Suprema Corte paraguaia.
Rafaat apoiava extradição – Recentemente , o presidente do Senado do Paraguai, Robert Acevedo, disse que o também narcotraficante Jorge Rafaat estaria apoiando a extradição de Pavão para o Brasil e que por isso o brasileiro teria ordenado a execução do concorrente, ocorrida em junho deste ano em Pedro Juan Caballero.
“Tem se falado em indulto, mas essa é uma atribuição exclusiva do presidente da República. Foi apenas uma hipótese, não é minha proposta”, afirmou Eduardo Petta. Há rumores no Paraguai de que Pavão teria oferecido 5 milhões de dólares pela morte do presidente Horácio Cartes ou um de seus familiares.
Petta disse que devido aos problemas que Pavão tem causado à República do Paraguai, o governo deveria se preocupar em fazer sua extradição imediatamente.
O senador afirmou que existe possibilidade até mesmo de o traficante brasileiro forçar outro processo para se tornar réu naquele país e dificultar ainda mais a extradição. Até agora, três meses após a morte de Rafaat, Pavão ainda não foi acusado formalmente pelo crime.