Nova área ou indenizações são opções para famílias do "Carandiru"
Nesta tarde, ocorreu audiência de mediação entre a Construtora Degrau e a Defensoria Pública
Audiência de mediação entre a Construtora Degrau e a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que representa as famílias que ocupam a obra inacabada da empresa no bairro Mata do Jacinto, conhecida como "Carandiru", terminou “frutífera”, conforme o juiz mediador Alessandro Carlo Meliso Rodrigues, da 16ª Vara Cível, onde corre a ação de reintegração de posse.
Segundo ele, serão analisadas duas hipóteses: a indenização das cerca de 40 famílias que moram lá para que possam encontrar um novo lar ou a destinação de alguma área para que possam ir. “Foi uma busca de conciliação frutífera porque se vislumbrou acordo no sentido de viabilizar indenização às famílias assentadas ali”, comentou o magistrado.
Caso essa solução não seja alcançada, há ainda a possibilidade de que alguma área seja destinada às famílias e, para isso, a Defensoria Pública se comprometeu a mediar, junto à Prefeitura de Campo Grande, pedido para que as famílias sejam assentadas de forma segura. “A Defensoria vai procurar uma área para que as famílias possam sair de lá e serem realocadas”, disse o juiz.
Conforme Meliso Rodrigues, a situação não pode ser resolvida de forma arbitrária ou com apenas uma “canetada”, já que é uma questão social sensível. “O ambiente lá é vulnerável, de perigo. O prédio é inacabado e não tem a mínima estrutura para manter as pessoas lá. Temos que chegar numa definição que atenda os dois lados. É um problema social porque as pessoas ali não tem para onde ir. Não se reintegra do dia pra noite e se eu não reintegro, deixo as pessoas em risco e aquilo ali não é ambiente para ninguém morar”, afirmou.
O magistrado comentou ainda que a Prefeitura de Campo Grande foi chamada para acompanhar a audiência, mas não compareceu. Também foi convocada pelas partes para compor a lide do processo de reintegração, ingressou com recurso e conseguiu se excluir do processo.
A defensora pública do Núcleo de Moradias que acompanha o caso, Regina Célia Rodrigues Magro, disse que vai tentar sensibilizar o poder público quanto à necessidade de ajudar a encontrar uma solução para a questão. “Aguardamos uma posição do Executivo municipal para se sensibilizar a participar desta relação nesse processo, afinal, é uma ocupação de mais de 20 anos”, sustentou.