Polícia conclui inquérito sem corpo de Kauan, 3 meses após desaparecimento
Resultado de DNA coletado em SP também não foi incluso ainda, mas segundo delegado não há dúvidas que o menino foi estuprado até a morte por Deivid Almeida, de 38 anos
A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira (15) o inquérito sobre o estupro e morte do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, sem encontrar o corpo ou os restos mortais da criança. A investigação teve fim quase três meses depois do desaparecimento do menino.
O delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), decidiu também enviar o caso do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) sem o resultado do comparativo de DNA do sangue encontrado na casa do agora indiciado, Deivid Almeida Lopes, 38 anos, com o material coletado do pai do menino, que está preso em São Paulo.
Assim, que o laudo chegar à Campo Grande será entregue ao MPMS. Mas, Lauretto garante que a falta do exame não impede a conclusão do inquérito.
Deivid Almeida, que chegou a atuar como professor em escolas da rede pública, mas trabalhava como feirante, foi ouvido pela última vez na tarde de ontem. Ele continua negando ter estuprado Kauan até a morte, esquartejado o corpo e ainda o envolvimento com outros adolescentes.
O delegado também representou pela prisão preventiva – portanto, por tempo indeterminado – de Deivid, que está preso temporariamente e quando o prazo para a conclusão do inquérito foi estendido por 30 dias, também teve a prisão temporária prorrogada.
Ele foi indiciado por estupro de vulnerável seguida de morte e ocultação de cadáver.
Crime - Conforme relato de quatro adolescentes, com idades entre 14 de 16 anos, o menino foi violentado, antes e depois da morte, e esquartejado por Deivid no dia 25 de junho.
Os garotos, que revelaram também serem estuprados com frequência pelo professor, contaram à polícia que foram obrigados a praticar necrofilia (sexo com cadáver) e testemunharam o indiciado esquartejar o corpo de Kauan.
Os restos mortais teriam espalhados pelo rio Anhanduí. “Por isso, a possibilidade de encontrar alguma coisa é remota”.
Segundo o diretor do Instituto de Criminalística, Marcelo Pereira Oliveira, a aplicação de luminol revela vestígios de sangues nos locais citados pelos adolescentes.
DNA – Kauan não tinha sequer uma escova de dente de uso exclusivo e esta foi a principal dificuldade em isolar o material genético do menino para provar que o sangue na casa do suspeito era da vítima. A amostra de sangue que bate com a 50% do DNA da mãe.
Fora isso, para se livrar dos vestígios não foi apenas limpo. “Ele foi tão inteligente que retirou o reboco da parede e tudo isso dificulta isolar o DNA”, disse Lauretto em entrevista ao Campo Grande News no dia 4 deste mês.