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Política

Sérgio Harfouche deixa MP para concorrer ao Senado Federal

Procurador escolheu produtor rural como primeiro suplente, e disputará em coligação de Rose Modesto

Adriel Mattos | 30/05/2022 11:51
Harfouche ao lado de seu pré-candidato a primeiro suplente, Alberto Schlatter. (Fotos: Divulgação)
Harfouche ao lado de seu pré-candidato a primeiro suplente, Alberto Schlatter. (Fotos: Divulgação)

O procurador Sérgio Harfouche pediu aposentadoria do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) para poder disputar o Senado Federal neste ano. Nas duas últimas eleições, ele enfrentou questionamentos na Justiça Eleitoral mesmo licenciado do cargo.

Harfouche disse ao Campo Grande News que pediu para deixar o órgão no fim de 2021. “Sacrifiquei minha carreira, não queria. Tinha mais 15 anos pela frente, mas não vou deixar o eleitor ser enganado”, explicou, lembrando do impasse de 2020, quando concorreu à prefeitura de Campo Grande e teve os votos anulados.

Ele disputará o cargo pelo Avante, legenda pela qual também concorreu à prefeitura. O primeiro suplente já foi escolhido, trata-se do produtor rural Alberto Schlatter, filiado ao Podemos.

Schlatter se encontrou com Bolsonaro na semana passada.
Schlatter se encontrou com Bolsonaro na semana passada.

Há uma semana, Schlatter participou de um almoço com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e a ex-ministra e pré-candidata ao Senado pelo PP, Tereza Cristina, para produtores rurais, em Brasília (DF). O produtor presenteou o presidente com um exemplar da Bíblia Sagrada.

Harfouche, portanto, é o pré-candidato da chapa de Rose Modesto, que concorrerá ao governo do Estado pelo União Brasil. “A Rose e a [senadora] Soraya [Thronicke] me convidou e vamos coligar”, destacou.

Apoiador de Bolsonaro, o agora ex-procurador disse que disputará apostando na reeleição do chefe do Executivo federal, mas não espera o mesmo dele. “Vou apoiar o Bolsonaro. Nunca pedi o apoio dele e não vou pedir. Fiz parte da equipe de transição e ele tem o direito de se reeleger como os outros”, comentou.

Pelo União, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pretendia disputar a cadeira senatorial. Em abril, a coluna Jogo Aberto revelou que a presidente estadual do União, senadora Soraya Thronicke preferia que Mandetta voltasse a concorrer a deputado federal. “Nas pesquisas internas que temos feito, ele está muito bem para deputado federal e a minha vontade é que ele venha mesmo para deputado federal”, disse.

Entenda – Quando disputou a primeira eleição, em 2018, Harfouche enfrentou um pedido de impugnação da candidatura, mas o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) decidiu mantê-la até o fim do pleito. Ele obteve 292,3 mil votos, sendo o mais votado na Capital.

Dois anos depois, ele concorreu à prefeitura de Campo Grande e teve novamente a candidatura questionada. Desta vez, a Justiça Eleitoral decidiu pelo indeferimento. O procurador recorreu até o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que não julgou o caso após a eleição para prefeito terminar no primeiro turno.

A Constituição Federal veda que membros do Ministério Público participem de eleições. A Emenda 45 é de 2004, mas Harfouche ingressou no MP em 1992. “A Emenda 45 não retroage. Mas são águas passadas”, concluiu.

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