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Reportagens Especiais

Ano foi marcado por casos de violência sexual dentro de consultórios

No lugar de apoio e atendimento, vítimas de estupro encontraram dor e sofrimento

Bruna Marques | 27/12/2022 08:06
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Fonoaudiólogo, dentista e psicólogo foram presos por estupro e por armazenar conteúdo pornográfico infantil (Fotos: Arquivo)
Fonoaudiólogo, dentista e psicólogo foram presos por estupro e por armazenar conteúdo pornográfico infantil (Fotos: Arquivo)

Fonoaudiólogo acusado de estuprar crianças durante consultas, denúncia de abuso sexual contra psicólogo e dentista pedófilo estão entre os casos chocantes envolvendo profissionais da saúde, neste ano, em Mato Grosso do Sul. Histórias têm como protagonistas homens preparados para restabelecer saúde de pacientes e que, ao contrário disso, deixaram traumas e dor.

Um dos casos que mais abalou a população foi o do fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, 30 anos, preso em flagrante, no dia 9 de março, por abusar de um menino de 8 anos, durante atendimento em um consultório, na Rua 25 de Novembro, em Campo Grande.

Wilson Nonato Rabelo Sobrinho preso em flagrante no dia 9 de março, pelo crime de estupro de vulnerável. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho preso em flagrante no dia 9 de março, pelo crime de estupro de vulnerável. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

Após sua prisão, mais sete denúncias chegaram à Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescentes). Na época, os pais levaram os filhos até a delegacia porque as crianças eram pacientes do profissional. Elas foram ouvidas em depoimento especial, com acompanhamento psicológico.

As vítimas têm entre 4 a 8 anos de idade, todos meninos, que foram atendidos por ele em sessões de fonoaudiologia. Wilson se aproveitava do fato de estar sozinho com as crianças, passava mão nelas, se masturbava e ainda filmava alguns dos abusos praticados. Ele foi preso pelo crime de estupro de vulnerável.

Dentista e professor universitário – No dia 31 de maio, um dentista e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), de 52 anos, foi preso com material de abuso sexual infantil, no consultório odontológico onde atendia, no Jardim dos Estados.

Dentista e professor universitário preso no dia 31 de maio, preso por armazenar material de abuso sexual infantil. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Dentista e professor universitário preso no dia 31 de maio, preso por armazenar material de abuso sexual infantil. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Além de pornografia infantil, o homem guardava conteúdo de mulheres e zoofilia (sexo envolvendo animais), nos computadores apreendidos pela Depca. O dentista armazenava, disponibilizava e compartilhava o material, desde 2010. As imagens envolvendo crianças e adolescentes eram apagadas por ele.

O profissional era monitorado há seis meses e foi preso em flagrante pelos crimes de armazenar, disponibilizar e compartilhar arquivos com conteúdo de pornografia infantil.

No dia seguinte de sua prisão, o dentista teve a liberdade provisória concedida pela Justiça em audiência de custódia. A decisão foi do juiz Francisco Vieira de Andrade Neto.

Pastor e psicólogo - No interior do Estado, o psicólogo e pastor evangélico Jorge Zacarias, 63 anos, foi preso no dia 13 de setembro, acusado de estupro. O profissional tem consultório em Dourados, distante 251 quilômetros de Campo Grande e atendia na rede pública de saúde, em Fátima do Sul.

Jorge Zacarias preso em Dourados, no dia 13 de setembro, acusado de estuprar pacientes. (Foto: Divulgação)
Jorge Zacarias preso em Dourados, no dia 13 de setembro, acusado de estuprar pacientes. (Foto: Divulgação)

Foram ouvidas 13 vítimas, que denunciaram abusos supostamente praticados durante as consultas. As idades das vítimas são variadas, mas apenas uma era menor de 18 anos – cuja denúncia levou à prisão do homem.

Jorge foi preso em sua casa no Jardim Maracanã, em Dourados, por força de mandado de prisão temporária, acusado de estupro de vulnerável. A investigação foi conduzida em Fátima do Sul pelo fato de a primeira denúncia ter sido registrada naquela cidade, onde mora a adolescente de 15 anos.

Segundo a polícia, os abusos denunciados pela adolescente aconteciam há pelo menos dois meses, mas se intensificaram em 26 agosto, dia em que ela saiu correndo do consultório e relatou o crime à família.

Em 2015, ele tinha sido condenado por tentativa de estupro de outra paciente, mas a sentença de um ano e seis meses de reclusão foi anulada dois anos depois pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Conforme depoimentos da vítima, Jorge teria praticado os abusos aproveitando que ela estava hipnotizada.

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