Vereador é pivô de confusão e tem carro depredado em festa
Acusada de agredir Diogo Silveira Castilho é uma mulher, que também fez boletim de ocorrência contra ele
O vereador Diogo Silveira Castilho (PSDB) afirma ter sido agredido e que teve seu carro depredado por uma mulher, na madrugada deste domingo (19), enquanto participava de festa de casamento, no município de Nova Andradina, distante 298 quilômetros de Campo Grande.
Conforme apurado pela reportagem do Campo Grande News, o vereador registrou boletim de ocorrência e contou que foi vítima de uma convidada da festa. Segundo ele, sem querer, durante uma brincadeira com um rapaz, acabou espirrando água no celular da namorada do homem, momento em que a confusão começou.
Além de ter levado socos e unhadas, Diogo teve seu carro depredado. A noiva do vereador também sofreu agressões, no momento em que tentava acalmar a suspeita.
O vereador gravou um vídeo de sua versão dos fatos. No registro, consta que a mulher estava muito alterada e chegou a “simular” ter sido agredida por ele. “Ela se exaltou, veio conversar brava. Disse que se tivesse estragado o celular eu ia pagar outro para ela, eu disse que não tinha problema e pedi desculpa. Ela não aceitou as desculpas, continuou alterada, pegou no meu braço e me ofendeu”, relata.
Durante a discussão, a noiva do vereador chegou para tentar encerrar a discussão, mas as ofensas continuaram, ainda conforme o vereador. “Ela continuou me ofendendo e gritando, minha noiva tentou acalmar a menina e em certo momento a discussão ficou mais pesada e falei ‘chega’, joguei os braços para o lado e disse ‘vamos embora’. Nesse momento, a menina simulou uma agressão, falou que tinha sido agredida”, relembra.
No momento em que a moça disse ter sido agredida, Diogo conta que várias pessoas formaram uma roda em sua volta e passaram a bater nele. “Levei socos, unhadas, foi rasgada a minha camisa e eu tentando fugir para o meu carro. Cheguei no carro, saímos o mais rápido possível, pessoal jogando pedra, chutando, quebraram o retrovisor. A mulher apertou o braço da minha namorada, ameaçando. No que minha noiva entrou no carro, ela pegou uma garrafa, tentou quebrar o vidro. Conseguimos sair, fui na delegacia, fizemos exame de corpo delito”, esclareceu.
A noiva do casamento também se posicionou através de um vídeo, a favor do vereador. “Doutor Diogo Castilho e a noiva dele são meus padrinhos de casamento, nós estávamos todos em festa pela data importante e aconteceu esse incidente. Ele não agrediu ninguém, não bateu em mulher, pelo contrário, ele foi agredido por uma mulher. Estou falando isso porque eu vi a agressão. Foi uma simulação de que ele teria agredido, mas a agressora xingou ele e a noiva dele o tempo inteiro”, disse a moça.
A mulher acusada pelo vereador e outra pessoa que estava na festa também procuraram a Polícia Civil e registraram ocorrência contra ele. Uma delas afirma ter sido vítima de lesões corporais praticadas pelo vereador e as duas o acusam de injúria.
Condenação - Em agosto, por unanimidade, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul anulou a condenação do médico e vereador de Dourados Diogo Silveira Castilho (PSDB) por violência doméstica e ameaça contra a ex-noiva, cirurgiã-dentista de 28 anos de idade. O caso ocorreu em 4 de setembro de 2021.
No dia 12 de setembro do ano passado, Castilho havia sido condenado a um ano, um mês e cinco dias em regime aberto pelo juiz Alessandro Leite Pereira, da 4ª Vara Criminal de Dourados. Na mesma sentença, o magistrado também condenou o vereador a pagar indenização de R$ 5 mil por danos morais à vítima e suspendeu seus direitos políticos pelo mesmo tempo da condenação.
O caso - No depoimento à polícia e depois à Justiça, a cirurgiã-dentista disse ter sido jogada com violência sobre a cama por Diogo Castilho durante briga do casal. O vereador também teria tentado esganá-la e asfixiá-la com travesseiro, após ela se negar a manter relações sexuais com ele.
A vítima contou que estava brava com o noivo naquele sábado, 4 de setembro de 2021, por causa de outra discussão ocorrida horas antes na casa de amigos. Ele também teria ameaçado matá-la, se o denunciasse.
A briga na casa do vereador, no bairro Parque Alvorada, despertou a atenção de vizinhos, que chamaram a polícia. Quando os policiais militares chegaram ao local, o médico teria insistido para que ela negasse o ocorrido e afirmasse se tratar apenas de “briga de casal".
De início, ela não o acusou, mas pediu para os PMs a acompanharem até a casa da tia, onde o denunciou pelas agressões. Os dois foram levados para a delegacia e o vereador foi preso em flagrante.
Diogo Castilho negou as acusações. Em depoimentos, confirmou a discussão, segundo ele por ciúmes da então noiva, mas disse que a mulher partiu para cima dele e teria inventado parte da história para incriminá-lo.
Ele chegou a ficar uma semana preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), foi afastado do mandato e enfrentou dois pedidos de cassação por quebra de decoro. Entretanto, as duas ações foram suspensas pela Justiça.
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