Delegado da PF também confirma uso de arma letal durante reintegração
O superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, o delegado Edgar Marcon, confirmou na manhã de hoje, o uso de armas letais durante atuação de reintegração de posse, na fazenda Buriti, em Sidrolândia, no último dia 30. Marcon fez a declaração durante a chegada do ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, a Campo Grande.
A informação chegou a ser negada pelo governo do Estado, e, em outra ocasião, confirmada pela Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais).
Entretanto, Marcon explica que o porte de arma não significa o uso das mesmas. “Eles estavam usando, mas isso não quer dizer que eles tenham utilizado”.
O delegado irá aguardar a conclusão do inquérito policial, que investiga os fatos durante a reintegração de posse. As próximas atuações vão ser feitas de acordo com a orientação do ministro da Justiça, segundo o delegado. “Vamos aguardar a orientação do ministro para saber como iremos atuar na próxima reintegração”.
O episódio de reintegração, que resultou na morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, morto com tiro no abdômen, chegou a ser avaliado pela presidente Dilma Rousseff (PT) como um erro da polícia. A presidente teria afirmado ao ministro Cardozo que a ordem judicial deveria ser desobedecida para evitar tragédias.
O ministro veio à Capital a pedido da presidente para resolver o conflito entre fazendeiros e indígenas. Os índios terenas invadiram a fazenda Buriti, no dia 15 de maio, e apesar da decisão judicial de reintegração de posse, eles dizem que não vão deixar a área. Outras fazendas foram invadidas, em Sidrolândia e Aquidauana.