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Cidades

Com texto bíblico, Cimi se defende de acusação de financiar ocupações

Conselho Indigenista Missionário repudiou falas dos deputados Coronel David e Zeca do PT na semana passada

Lucia Morel | 08/05/2023 17:18
Viaturas da Polícia Militar próximo à sede da Fazenda Do Inho, reocupada em 3 de março. (Foto: Direto das Ruas)
Viaturas da Polícia Militar próximo à sede da Fazenda Do Inho, reocupada em 3 de março. (Foto: Direto das Ruas)

Citando textos bíblicos e exemplo de Jesus Cristo, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) repudiou em nota as falas dos deputados Carlos Alberto David dos Santos (PL), o “Coronel David”, e também de José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, na sessão da última quinta-feira, dia 4, na Assembleia Legislativa.

Como mostrou o Campo Grande News, houve acusação de que o conselho financiou a ida de indígenas para área de conflito em Rio Brilhante, município distante 161 quilômetros de Campo Grande, em março deste ano.

“Somos oprimidos, mas não imobilizados, perplexos, mas não desesperados, perseguidos, mas não abandonados, derrubados, mas não destruídos”, citou a nota de repúdio, em referência ao texto de II Coríntios 4,8-9. O Cimi ainda destacou que esta não foi a primeira e nem a última tentativa de difamação do movimento.

O Cimi tem consciência que as tentativas de criminalização contra nossa entidade nunca cessarão. Esta não foi a primeira e não será a última. Ao longo de nossos 51 anos, sempre que o direito indígena avançou, junto aos povos, lado a lado fomos também atacados e criminalizados. É parte de nossa caminhada evangélica, a exemplo do Mestre Jesus de Nazaré, sofrer o que sofrem os povos”, enaltece a nota.

O conselho ainda se defende afirmando que “não sofreremos calados! Denunciaremos cada açoite, buscaremos as medidas cabíveis para cada ato difamatório e seguiremos transformando os ataques em mais força e compromisso até que todos os territórios indígenas estejam demarcados e os povos vivam com a tão sonhada dignidade”.

A entidade continua sua defesa e diz que somente após a ocupação, pelos indígenas guarani kaiowá da área Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante, no dia 3 de março, é que ocorreram “as referidas viagens utilizadas politicamente pelos parlamentares para criminalizar o Cimi. Pagas de forma transparente, o deslocamento foi, na verdade, a realização de uma Assembleia da Aty Guasu – a Grande Assembleia dos povos Guarani e Kaiowá – que contou com a presença e participação de diversas entidades públicas”.

O conselho classificou as acusações como infundadas e destacou ser “extremamente constrangedor notar que em Mato Grosso do Sul interesses econômicos ligados ao agronegócio podem aproximar ideologicamente um deputado do PT, partido historicamente aliado da causa indígena, e um parlamentar do PL, inimigo declarado da mesma”.

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