“Me condenem”, desafia Name ao falar com jurados
Jamilzinho afirma não haver provas contra ele, apenas suposições feitas por parte da acusação
Para encerrar a segunda etapa do interrogatório, nesta terça-feira (17), Jamil Name Filho, 47, que participa do júri popular por videoconferência, pediu para falar diretamente com os jurados que decidirão se ele é ou não mandante do assassinato de Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”. Jamilzinho afirma não haver provas contra ele, apenas suposições feitas por parte da acusação.
Na primeira fase do depoimento, por cerca de duas horas e meia, o réu respondeu as perguntas feitas pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, que preside o julgamento. Depois, foi questionado pelos advogados de defesa a respeito dos encontros que teve com a vítima depois da briga em boate de Campo Grande, que teria sido o motivo planejar matar Colombo, e sobre o tempo em que está preso – desde setembro de 2019, quando foi pego pela Operação Omertà, sendo que ocupa cela da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) desde novembro do mesmo ano.
Depois de decretado o encerramento do interrogatório, porém, Jamilzinho pediu apo magistrado para se dirigir aos jurados e foi autorizado. “Gostaria humildemente de pedir a vossa excelência, se possível... vão ser poucas palavras, mas gostaria de falar com todo o respeito ao senhor, gostaria de falar aos juízes de fato”, afirmou.
Name disse acreditar na capacidade dos sete escolhidos para julgá-lo, mas pediu que o conselho de sentença tenha consciência e discernimento. A mulher e os seis homens que se debruçam sobre as 10 mil páginas que compõem o processo de homicídio devem se atentar apenas aos fatos ali contidos, alertou o réu.
Por fim, desafiou: “Com todo respeito, com toda humildade, se tiver uma prova, estou falando de prova, me condenem”.
Não foi a primeira vez que Jamilzinho usou o imperativo “me condenem” nesta tarde. Mais cedo, quando falava sobre não conhecer Juanil Miranda Lima, matador de aluguel contratado para matar Colombo, disse que se houve prova da ligação dele com o pistoleiro, o júri poderia condená-lo.
O crime – Marcel, de 31 anos, foi assassinado dia 18 de outubro de 2018. Ele estava em bar na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando atirador se aproximou e descarregou a pistola. Seis tiros atingiam a vítima, um deles de raspão e outros cinco pelas costas, que morreu sentada no estabelecimento.
O alvo estava sentado próximo à calçada, quando o atirador desceu de uma motocicleta e, sem tirar o capacete, disparou, voltou para a moto e fugiu virando na primeira rua à direita. Toda ação foi filmada pelas câmeras de segurança do bar.
Name é acusado de decretar a morte de Marcel Colombo, enquanto Marcelo Rios, ex-guarda civil metropolitano e “homem de confiança” de Jamilzinho, é acusado de arquitetar o plano de assassinato com o suporte do policial federal Everaldo Monteiro de Assis e do também ex-guarda, Rafael Antunes, todos no bando dos réus desde a segunda-feira (16).
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