Júri desqualifica homicídio e Cristhiano Luna é condenado a 10 anos de prisão
Cristhiano Luna foi condenado por lesão corporal seguida de morte contra segurança da Valley, Jefferson Bruno
Por 4 x 3, os jurados desclassificaram a denúncia de homicídio simples e condenaram Cristhiano Luna de Almeida, 34 anos, por lesão corporal seguida de morte contra o segurança da Valley Pub, Jefferson Bruno Gomes Escobar, em caso ocorrido há 10 anos e que passou por muitos recursos e anulação do primeiro julgamento.
No total, a pena imposta foi de 10 anos de reclusão, sendo descontado período de 1 ano e 3 meses, tempo que Luna permaneceu preso. O réu ainda responderá em liberdade, com base em habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo a sentença proferida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, 1ª Vara do Tribunal do Juri, Luna foi condenado a pena de 8 anos e 6 meses de reclusão pela lesão corporal seguida de morte; já na injúria racial, 1 ano e 6 meses de prisão e 20 dias-multa por ter xingado garçom da casa noturna, fato que desencadeou o desentendimento com seguranças.
Cristhiano Luna saiu de mãos dadas com a namorada. A família dele saiu abalada por conta da sentença em regime fechado, mesmo que ele ainda possa recorrer em liberdade. A mãe dele chorou, disse que não aguentava mais.
A mãe de Brunão, a cozinheira Edcelma dos Santos Vieira, 50 anos, chorou muito ao ouvir a sentença. “Pelo menos, não saiu impune, há 10 anos nós esperamos por isso aí, a justiça nem sempre é como queremos”, lamentou. Emocionada, acrescentou. “Esperava que ele saísse daqui preso, mas pelo menos, não saiu impune", repetiu.
Já os advogados de defesa de Luna, José Belga Trad e Fábio Trad Filho, já informaram que vão recorrer da decisão, mas acreditam que pode ser considerada vitória, pela desclassificação do homicídio e que os jurados aceitaram a tese de que o rapaz não teve intenção de matar.
O caso - Jefferson Escobar, o Brunão, era segurança da Valley, casa noturna na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande e morreu aos 29 anos, no dia 19 de março de 2011, quando retirava Cristhiano do local por importunar garçom. A discussão evoluiu para agressão física e a vítima foi golpeada, morrendo no local.
A condenação anterior datava de 29 de novembro de 2017, ou seja, 6 anos depois do crime. Naquele dia, Luna havia sido sentenciado a 17 anos e 6 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa para vítima).
A defesa recorreu, conseguiu reduzir a pena para 14 anos, 11 meses e 5 dias e, em novo recurso, alegou irregularidades no processo e conseguiu anular o julgamento. Agora, foi imposta a nova condenação, de 10 anos de prisão, em regime fechado.