Defesa de Cristhiano Luna pede absolvição ou condenação por lesão corporal
Após seis anos, julgamento acontece desde as 8h15 de hoje na 2ª Vara do Tribunal do Júri
Durante o julgamento pela morte de Jéferson Bruno Escobar, o Brunão, que acontece nesta sexta-feira (24) na 2ª Vara do Tribunal do Júri, o advogado Fábio Trad pediu a absolvição por legítima defesa ou a condenação do cliente, Cristhiano Luna de Almeida, por lesão corporal seguida de morte.
Afirmando a todo momento que o confeiteiro não tinha intenção de matar o segurança, Trad tentou convencer o júri que o julgamento tem apenas dois caminhos: a absolvição de Cristhiano por legítima defesa ou a condenação por lesão corporal seguida de morte, que tem pena de 4 a 12 anos de reclusão.
Na fase de debate, a defesa de Cristhiano exibiu o vídeo gravado pelas câmeras de segurança da boate Valley do exato momento do crime. Fazendo uma análise ponto a ponto, o advogado afirmou que o cliente não tinha como saber que Bruno estava passando mal, já que a maior parte do tempo permaneceu de costas.
“Cristhiano não estava ciente que Bruno estava passando mal. Aplicar uma pena de 14 anos se compara a uma pessoa que matou com revólver”, alegou. Trad defendeu ainda que condenar o cliente por homicídio qualificado é afirmar que ele assumiu o risco de matar e mais que isso, previu o resultado morte.
Para o júri, a defesa ainda reforçou a imperícia dos seguranças da boate, que fizeram massagem cardíaca em Bruno, que estava com uma fratura na costela. Se a tese de legítima defesa for aceita, o confeiteiro pode sair com o alvará de soltura ainda nesta sexta-feira.
Em contraponto, o assistente de acusação, Rodrigo Alcântara, contratado pela família de Brunão, afirmou que não tem dúvidas sobre a condenação de 1 a 3 anos por injúria racial e de 12 a 30 anos por homicídio qualificado.
Depoimento - “Eu tinha ido neste bar com meu primo. Me excedi no álcool e fiz uma brincadeira infeliz com um garçom. Bati duas vezes nas nádegas dele. Na primeira vez, o Bruno me alertou e pediu para que eu saísse. Não fui embora porque queria continuar dançando. Já na segunda vez, fui tirado para fora e jogado no chão da calçada”, relatou o confeiteiro durante depoimento.
Ele contou ainda que Bruno e outros seguranças foram para cima dele. “Levei chutes na cabeça e esperneei. O chute pode ter atingido o peito dele. Em todo o momento, as imagens me mostram tentando ir embora, mas os seguranças me puxavam de volta”. O confeiteiro relembra que na casa noturna consumiu vários copos de chope e meia garrafa de vodca. Sobre a morte, Cristhiano afirma: “Não sou responsável”.
Prisão - Meses após o crime, o acusado ganhou o direito de aguardar julgamento pelo assassinato em liberdade. Mas para ficar longe de um presídio teria que cumprir uma série de normas, como uma delas não sair à noite. Em julho deste ano, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, decretou a prisão preventiva dele, após Cristhiano ser fotografado bebendo em um restaurante da cidade.