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Capital

Ex-guarda acusado de dar “suporte” à execução contesta bilhete que o “entregou”

Rafael Atunes afirma que era motorista dos Name e nada ter a ver com crimes julgados

Por Anahi Zurutuza | 17/09/2024 18:53
Rafael Antunes, ex-guarda civil, durante depoimento no segundo dia de júri (Foto: Paulo Francis)
Rafael Antunes, ex-guarda civil, durante depoimento no segundo dia de júri (Foto: Paulo Francis)

No interrogatório mais curto da tarde desta terça-feira (17), o ex-guarda civil metropolitano, Rafael Antunes, acusado de esconder a arma usada para a execução de Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, contestou a veracidade de bilhete interceptado na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) que delata plano para matar autoridades em Mato Grosso do Sul após a Operação Omertà. Segundo o ex-integrante do staff da família Name, o manuscrito em papel higiênico é única “coisa” contra ele no processo.

Antunes refere-se ao bilhete que teria sido escrito por Kauê Vitor dos Santos da Silva, traficante que esteve preso em Mossoró, e anotou informações obtidas ao ouvir diálogo entre Jamil Name e o filho, Jamilzinho. Na ocasião, no fim de 2019, a força-tarefa foi avisada pelo serviço de inteligência do sistema penitenciário federal da lista de autoridades locais juradas de morte, incluindo o delegado Fábio Peró, então titular da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro), promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e defensor público.

No ano passado, a defesa do traficante passou a nega a autoria do “relatório” feito em papel higiênico, mas é na cópia anexada aos autos derivados da Omertà o nome do ex-guarda aparece. Ele é chamado de “Antunes – muleke do Marcelo”.

“O bilhete é o que me coloca nesse processo, um bilhete de um cara que nunca vi na minha vida, que nega a autoria desse bilhete”, afirmou aos jurados, listando os motivos para contestar a veracidade do manuscrito. Para ele, uma trama para implicar os alvos da Omertà.

Antunes começou o depoimento contando que ingressou na Guarda Civil Metropolitana em 2010 até ser expulso em razão do envolvimento com a milícia alvo da Omertà. Condenado por fazer parte de organização criminosa, ele cumpre pena atualmente no regime aberto e trabalha como mecânico, mas já esteve preso.

Relatou que ainda que ganhava em torno de R$ 1,8 mil como guarda, quando começou a trabalhar para a família Name em 2018. “Eu era motorista”, afirmou. O réu narrou que era responsável por levar os filhos de Jamil Name Filho para a escola, a governanta para fazer compras, dentre outros trajetos a pedido dos empregadores.

O acusado admitiu ainda que esteve na casa do Monte Líbano, onde foi apreendido arsenal pela Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), o estopim da Operação Omertá, mas nunca soube que armas eram guardadas no imóvel. “Fui levar o piscineiro lá”.

O crime – Marcel Colombo foi assassinado dia 18 de outubro de 2018 aos 31 anos. Ele estava em bar na Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando atirador se aproximou e descarregou a pistola. Seis tiros atingiam a vítima, um deles de raspão e outros cinco pelas costas, que morreu sentada no estabelecimento.

O alvo estava sentado próximo à calçada, quando o atirador desceu de uma motocicleta e, sem tirar o capacete, disparou, voltou para a moto e fugiu virando na primeira rua à direita. Toda ação foi filmada pelas câmeras de segurança do bar.

Jamil Name Filho é acusado de decretar a morte de Colombo, enquanto Marcelo Rios, ex-guarda civil metropolitano e “homem de confiança” de Jamilzinho, seria o arquiteto do plano de assassinato com o suporte do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, que elaborou dossiê sobre o alvo, e de Antunes, todos no banco dos réus desde a segunda-feira (16).

Ao depor, Antunes também disse que tudo o que sabe sobre a morte de Colombo viu na imprensa.

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