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Cidades

Advogado "mensageiro" do PCC paga R$ 39 mil de fiança e é solto com tornozeleira

Bruno Ghizzi ficou dois anos preso e teve a liberdade negada até agora; ele está impedido de advogar

Por Lucia Morel | 22/12/2023 17:22
Bruno Ghizzi que ficou dois anos preso na penitenciária Gameleira II, chamada de "Federalzinha". (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Bruno Ghizzi que ficou dois anos preso na penitenciária Gameleira II, chamada de "Federalzinha". (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O advogado Bruno Guizzi, preso desde dezembro de 2021 na Operação Courrier, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), saiu hoje da prisão. Ele é acusado de atuar junto ao PCC (Primeiro Comando da Capital) repassando informações sigilosas e privilegiadas à facção. Para ser solto, ele pagou fiança de R$ 39,6 mil, está sendo monitorado por tornozeleira e não pode exercer a advocacia.

A sentença que garantiu a soltura é do juiz da 1ª Vara Criminal, Roberto Ferreira Filho, que argumentou que a Ghizzi é o “único dentre os advogados réus da Operação Courrier que ainda está preso, sendo que todos os demais tiveram suas prisões substituídas por medidas cautelares diversas da prisão, ainda que respondam por delitos também graves”.

Também sustentou que a prisão preventiva deve ser levada em conta diante de fatos atualizados e que “ao meu sentir, não mais se faz presente na hipótese, pois os fatos delituosos teriam ocorrido no ano de 2021, não havendo motivos, atualmente, para a sua manutenção”. O magistrado ainda entendeu que “não é porque pesa contra Bruno Ghizzi (e não pesa somente contra ela, sublinho) a prática de delitos de considerável gravidade que ele deve continuar aguardando o processo preso”.

Alvará da Agepen. (Foto: Reprodução)
Alvará da Agepen. (Foto: Reprodução)

No pedido de liberdade, a defesa do advogado afirmou que além do longo tempo preso, Ghizzi estaria com problemas de saúde – hérnia umbilical – e que não teria o atendimento médico adequado do caso no Presídio da Gameleira. Sobre isso, no entanto, o juiz nem mesmo fala na decisão.

Cautelares – Além de pagamento de fiança e uso de monitoramento eletrônico, o advogado deverá comparecer mensalmente em juízo para comprovar suas atividades e seu endereço; proibição de manter qualquer tipo de contato com outros réus; não mudar de residência sem comunicar à Justiça; não se ausentar de Campo Grande sem autorização; comparecer a todos os atos do processo; suspensão do exercício de sua atividade profissional de advogado; recolhimento domiciliar noturno; e não se ausentar do país.

Operação - As investigações do Gaeco apontaram a formação do núcleo “Sintonia dos Gravatas”, célula do Primeiro Comando da Capital, na qual advogados valem-se, criminosamente, de suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos a outros membros da organização criminosa, inclusive referentes a planejamento de atentados contra a vida de agentes públicos, dentre os quais, um promotor do GAECO/MS e um juiz de Direito da Capital.

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