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Capital

Defesa de feminicida tentou reverter prisão para internação por uso de drogas

Advogado alegou que Caio Nascimento faz uso de drogas há 15 anos e situação piorou nos últimos dias

Por Dayene Paz | 16/02/2025 11:49
Defesa de feminicida tentou reverter prisão para internação por uso de drogas
Caio durante uma de suas apresentações. (Foto: Redes sociais)

A defesa do músico Caio Cesar Nascimento Pereira, de 35 anos, que assassinou brutalmente a ex-noiva, a jornalista Vanessa Ricarte, 43, em Campo Grande, tentou interná-lo em uma clínica para tratamento contra drogas. A alegação é que Caio teve recaída com um "possível término". O pedido foi negado pela Justiça.

Wellington Mendes, que representa o músico, explicou que o cliente é usuário de drogas há mais de 15 anos. "Todos da família e amigos sabem dessa dependência química. O pai já tentou internar ele por três vezes, já teve tratamento contra a dependência por quase dois anos".

A defesa comenta, ainda, que Vanessa tinha conhecimento e tentou ajudar o, então, noivo. "Até que ele ia bem, porém teve uma recaída significativa nos últimos dias, droga e álcool, praticamente por 24 horas. Acreditamos que tal recaída se deu pelo fato de um possível término, porém não podemos afirmar, pois ele ainda está falando com muita dificuldade, uma realidade fora da realidade".

Ainda segundo Mendes, o pedido de internação foi para conseguir que ele fique sem drogas e não tente tirar a própria vida. "Dentro das unidades prisionais, por mais que seja difícil a entrada de drogas, uma pessoa como ele poderá conseguir lá dentro, dificultando ainda mais nossa conversa. Fora o risco de suicídio", comenta.

Mendes revela que o músico já tentou contra a própria vida por três vezes. "No dia do incidente [assassinato de Vanessa] ele também já havia tentado, porém não deu certo. Ele tentou abrir o botijão de gás para explodir a casa. Como a polícia chegou rápido, o impediu".

Entenda - A jornalista Vanessa Ricarte, que hoje completaria 43 anos, havia procurado a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) horas antes de ser assassinada, na quarta-feira, 12 de fevereiro. Lá, denunciou Caio por divulgação de imagens íntimas e também já estava com medo dele devido às ameaças.

Defesa de feminicida tentou reverter prisão para internação por uso de drogas
Vanessa Ricarte em foto publicada no Facebook. (Foto: Redes sociais)

Por isso, ela também pediu medida protetiva e, naquela tarde, seguiu até o imóvel onde morava a fim de buscar pertences até que Caio fosse notificado pela Justiça sobre a medida protetiva.

Mas não houve tempo. Discussão entre o casal ocasionou em tragédia e a jornalista foi morta pelo músico com três facadas no coração, na casa do Bairro São Francisco, na Capital. O amigo de Vanessa estava no imóvel e correu para ajudar, mas não deu tempo e a morte foi constatada.

Falha no atendimento - Após a morte, a polícia confirmou que Vanessa recusou ficar abrigada na Casa da Mulher Brasileira e não informou que retiraria pertences no imóvel. Contudo, áudio da jornalista enviado a um amigo após ser atendida pela Deam mostra que a própria polícia induziu ela a voltar para casa onde foi brutalmente assassinada.

O delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Lupérsio Degerone, afirmou que por orientação do governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB) e da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), foi instaurado um procedimento para apurar a situação.

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul admitiu, em nota, que há falhas na rede de proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e que possíveis erros no atendimento que antecedeu a morte da jornalista Vanessa Ricarte.

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