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Capital

Sem corpo, justiça faz nesta quarta primeira audiência do caso Kauan

A audiência que deveria acontecer no dia 18 de dezembro foi antecipada para essa quarta-feira (13)

Geisy Garnes | 12/12/2017 18:35
Suspeito sendo levado para reconstrução do caso no Coophavilla 2 (Foto: André Bittar/Arquivo)
Suspeito sendo levado para reconstrução do caso no Coophavilla 2 (Foto: André Bittar/Arquivo)

A primeira audiência sobre a morte de Kauan Andrade Soares dos Santos, de 9 anos, acontece nesta quarta-feira (13) em Campo Grande. Mesmo sem o corpo da criança ter sido encontrado, o juiz negou o pedido de absolvição feito pela defesa de Deivid Almeida Lopes, 38 anos e determinou o início das instruções criminais.

O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, antecipou a audiência que aconteceria no dia 18 de dezembro, para às 13h30 de amanhã. Na decisão, o magistrado ainda negou o pedido de absolvição sumária feito pela defesa de Deivid, sob o argumento de que como o corpo não foi encontrado, não há prova de materialidade do crime.

Para o juiz, os fios de cabelo e marcas de sangue encontrados no veículo do suspeito são provas suficientes para a comprovação do crime. “Não se pode falar em ausência de qualquer prova de materialidade do delito, tendo em vista que foram encontrados no veículo do acusado fios de cabelo e marcas de sangue que podem ser da aludida vítima, estando no aguardo apenas da juntada do laudo acerca do resultado de DNA”.

Segundo o magistrado, somente durante a instrução criminal será possível verificar o resultado do exame e comprovar ou não todos os fatos narrados na denúncia. Conforme o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), durante as audiências haverá a realização de depoimento especial.

Deivid é acusado de um estupro de vulnerável com resultado morte, destruição ou ocultação de cadáver e vilipendiar cadáver contra Kauan. Também é acusado de outros dois estupros de vulnerável, quatro estupros, seis induzimentos à prostituição, além de uma contravenção penal de molestar adolescente. Esses crimes somados podem gerar uma pena de pelo menos 86 anos de reclusão.

Polícia em frente à casa do indiciado, na Coophavilla 2, onde vestígios de sangue foram encontrados (Foto: André Bittar/Arquivo)
Polícia em frente à casa do indiciado, na Coophavilla 2, onde vestígios de sangue foram encontrados (Foto: André Bittar/Arquivo)

Histórico – Conforme relato de quatro adolescentes, com idades entre 14 de 16 anos, principais testemunhas do crime, o menino foi violentado, antes e depois da morte, e esquartejado por Deivid no dia 25 de junho.

Os garotos, que revelaram também serem estuprados com frequência pelo professor e que recebiam valores entre R$ 5 e R$ 15 para praticarem sexo com o acusado.

Os adolescentes contaram ainda à polícia que foram obrigados a praticar necrofilia (sexo com cadáver) e testemunharam o indiciado esquartejar o corpo de Kauan. Os restos mortais do menino teriam sido espalhados pelo rio Anhanduí. “Por isso, a possibilidade de encontrar alguma coisa é remota”, chegou a dizer o delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto.

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