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Capital

Advogado de Rios bate na tecla da falta de provas e que não teve acesso a dados

Segundo Márcio Widal, a promotoria está tentando usar fatos que não têm a ver com o crime como prova

Por Lucas Mamédio | 18/09/2024 23:43
Márcio Wiadal durante tréplica da defesa no julgamento da morte do Playboy da Mansão (Foto: Paulo Francis)
Márcio Wiadal durante tréplica da defesa no julgamento da morte do Playboy da Mansão (Foto: Paulo Francis)

O advogado Márcio Widal, que defende Macelo Rios, um dos quatro réus no segundo julgamento da “Operação Omertà”, que investiga o assassinado Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, em 2018, usou seu tempo de tréplica para reafirmar pontos que já havia trazido na primeira explanação da defesa. Marcelo é acusado de ser um dos capangas da família Name, cujo membro, Jamil Name Filho, teria sido mandante da morte de Colombo

Único ponto diferente suscitado por Widal é justamente o que ele iniciou. Ele respondeu o promotor Moisés Casarotto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), que no uso da palavra em momento anterior havia dito que ele foi sócio de outro advogado, suspeito de impedir a delação de Marcelo Rios e sua ex-esposa, Eliane Benitez Batalha, à Garras.

Widal chegou a questionar a intenção daquela afirmação no momento da fala de Casarotto, mas deixou para explicar melhor no momento da tréplica. Ele então relembrou que o ex-sócio foi absolvido em processo na 1ª instância e que a delação em questão nunca aconteceu.

Ele continuou respondendo Casarotto, que também havia dito ser ignorância da defesa dizer que a condenação está sendo pedida só com base em diligências do inquérito. “Mas eu reafirmo o que eu disse, o nosso roteiro aqui é denúncia".

Widal também lembrou que uma pergunta que será feita ao júri para pedir que os jurados se atentem ao termo para terem certeza que irão condenar com base nas premissas corretas.

Marcelo Rios sentado no banco dos réus nesta quarta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcelo Rios sentado no banco dos réus nesta quarta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Se defendeu da acusação de desrespeitar as instituições. “Quero aproveitar para falar que desses 16 anos como professor de direito, tenho alunos que viraram policial, delegado, juízes, e eu jamais viria falar mal aqui de uma instituição dessas. Eu trato aqui de atos processuais, de fatos”.

Em toda a segunda metade de sua fala, Widal usou para dizer que a promotoria estava tentando usar fatos que não tinham a ver com o crime como prova, além de afirmar que não conseguiu ter acesso aos dados telemáticos colhidos no inquérito.

“Foi dito aqui que o vídeo da agressão de Rios foi usada para mostrar o modus operandi do processo da organização criminosa, mas Isso não trata do crime do (Marcel) Colombo. O processo mostra que ele guardou o arsenal, que ele foi infiel, que ele foi violento, mas não que ele matou Marcel Colombo”.

Por fim, mostra o vídeo que apresenta o primeiro depoimento de Eliane à Garras, onde ela teria ouvido Rios falar sobre a morte de Marcel. “Vamos condenar uma pessoa com base no que ela ouviu dizer? Esse vídeo não tem nenhum conteúdo probatório para sustentar uma condenação. Estamos tratando de algo muito sério”.

A morte – Marcel Colombo, empresário de Campo Grande de 31 anos, foi morto em 18 de outubro de 2018. Ele estava em cachaçaria com amigos, sentado em deck próximo à calçada da Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando atirador desceu de moto e se aproximou. Seis tiros atingiram a vítima, um deles de raspão e outros cinco pelas costas, que morreu sentada no estabelecimento.

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