Jamilzinho nega conhecer pistoleiros, arsenal e atuar no jogo do bicho
Ele negou alguma vez ter pisado em casa que pertencia à sua família e escondia arsenal no bairro Monte Líbano
Sendo ouvido desde as 17h30, Jamil Name Filho, réu como mandante do assassinato de Matheus Coutinho Xavier em abril de 2019, negou qualquer relação com os pistoleiros que mataram o rapaz - José Moreira Freire, o “Zezinho” e Juanil Miranda. Também negou alguma vez ter pisado em casa que pertencia à sua família e escondia arsenal no bairro Monte Líbano e disse nunca ter atuado no jogo do bicho.
Em resposta às perguntas do juiz Aluízio Pereira dos Santos, Jamilzinho disse que foi uma coincidência e algo “me chama atenção, me intriga”, o fato de Zezinho ter morrido em troca de tiros na cidade de Mossoró (RN) em dezembro de 2020, período em que ele e o pai, Jamil Name, o “Velho”, já estavam presos no Presídio Federal de lá.
Sobre Juanil Miranda, considerado foragido e nunca mais encontrado, Name Filho afirmou que “nunca ouvi falar” e que soube da existência dele enquanto respondia ao atual processo, que deu origem à Operação Omertà. “Nem de nome. Na minha casa, trabalhavam guardas civis, policiais. PCC e polícia combinam? É igual água e óleo”, sustentou ao tentar reforçar que nunca teve qualquer relacionamento com ele.
Afirmou que o guarda municipal Marcelo Rios e o policial civil Vladenilson Daniel Olmedo trabalhavam para sua família em diversos serviços, desde motoristas a seguranças e até assistente de corretagem, no caso de “Vlad”, mas negou ter algum dia entrado ou pisado na “casa das armas”. O local foi descoberto pelos policiais em maio de 2019, um mês após a morte de Matheus, em confissão de Rios ao ser preso.
Disse que chegou a tratar da venda do imóvel, mas que não entrava lá e que seria um “contrassenso” manter um arsenal em uma casa no centro da cidade. Rios confessou que era o responsável pelas armas e que conhecia Juanil, um dos executores de Matheus. “Uma coisa é a pessoa prestar um serviço para você, outra coisa é saber da vida privada dela”, disse ao negar saber que Rios conhecesse Juanil.
Contravenção - Sobre os crimes de contravenção penal como jogo do bicho e máquinas de caça-níquel, ele afirmou que “eu não atuo no jogo do bicho” e que seu trabalho sempre foi com loterias e bingo, enquanto eram legalizadas, entre 1999 e 2004. “Meu negócio era a Jana Promoções e Eventos”, sustentou.
Anos depois, em 2010, pela mesma empresa, a família Name mantinha a Pantanal Cap e foi quando Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai de Matheus, começou a trabalhar com os Name, “infelizmente”, segundo Jamilzinho.
Um advogado conhecido pediu para que a família o empregasse pois “era um menino bom”, mas acabava de ter saído da prisão depois de envolvimento com operação da Polícia Federal. Xavier teria ido até Name Filho dois dias após a conversa com o advogado e, então, sido contratado para serviços diversos por R$ 3 mil.
“Ele entrou na questão de que poderia ser útil, que tinha três filhos, disse que a esposa tinha largado ele e se mudou pra Cuiabá, e isso aí pesou um pouco. Disse que ia pagar R$ 3 mil pra ele ficar à disposição. E assim surgiu o Paulo Xavier na minha vida, infelizmente”.
Jamilzinho, assim como os advogados de sua defesa, enfatizou a relação de Paulo Xavier com o megatraficante major Carvalho, alvos de operação da Polícia Federal entre 2005 e 2007.
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