ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  26    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Envolvido em golpe da construção terá de devolver R$ 75 mil à prefeitura

Arquiteto era responsável técnico da Ong Morhar, que deveria construir casas para comunidade da Cidade de Deus

Lucia Morel | 14/09/2022 06:27
O que sobrou de casas construídas no bairro Vespasiano Martins. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
O que sobrou de casas construídas no bairro Vespasiano Martins. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Um dos denunciados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul por improbidade administrativa no caso da falsa construção de casas para ex-moradores da antiga favela Cidade de Deus, assinou acordo de não persecução penal e terá de devolver R$ 75 mil para a Prefeitura de Campo Grande.

Ação Civil Pública em trâmite na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos desde março colocou o ex-prefeito Alcides Bernal, servidores municipais e responsáveis pela então Organização Não-governamental Morhar como alvo de improbidade e ressarcimento de R$ 1.927.944,79 ao município.

Manoel Carlos Inocêncio Mendes Carli é arquiteto e era responsável técnico da Ong no ano de 2016, quando ela firmou contrato com o município para construção de casas. Ele recebeu R$ 188 mil da organização por serviços.

Para o MP, Carli “auxiliou e se apropriou de valores desviados por Rodrigo da Silva Lopes do referido Convênio, incorrendo, em tese, na prática do crime previsto no (…) Código Penal (Peculato por equiparação pena de 02 a 12 anos de reclusão)”. Rodrigo era o presidente da Morhar na época.

Um dos critérios para que o acordo seja assinado é que o denunciado confesse a prática do delito, o que foi feito pelo arquiteto. O documento estabeleceu o pagamento de R$ 3.054,55 em substituição a 240 horas de prestação de serviços à comunidade, abonada devido a ele ter filho que precisa de cuidados especiais. O acordo também define pagamento de R$ 2.800,00 a ser revertido a entidades assistenciais de Campo Grande. Ambos os valores são referentes a prestações pecuniárias.

Outros R$ 75 mil a serem devolvidos se referem a reparação de danos ao erário municipal que serão feitas em dez parcelas iguais. O documento foi assinado pela advogada do arquiteto, Vilma Maria Inocêncio Carli.

Caso - em 2016, a Morhar recebeu R$ 2,7 milhões para construir casas populares destinadas a assentamento de moradores de favelas na região sul de Campo Grande, mas entregou apenas 42 no bairro Vespasiano Martins, ainda assim, com defeitos. Além disso, não prestou contas de R$ 982 mil recebidos da prefeitura na última parcela do contrato.

Em abril de 2021, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) do MPMS, cumpriram seis mandados de busca e apreensão na Capital, na Operação Moradias, que investigava irregularidades em construções de casas populares destinadas a moradores de antigo lixão - Cidade de Deus.

Endereços ligados ao ex-servidor, ao presidente da ONG, à mulher dele e ainda uma empresa de propriedade dela, também desativada, foram alvos das buscas e apreensões realizadas com autorização do juiz David de Oliveira Gomes, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.

Nos siga no Google Notícias

Veja Também